"O
homem é dono do que cala e escravo do que fala. Quando Pedro me fala sobre
Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo." Deparei-me com essa
espetacular citação de Freud, postada por um colega em uma rede social e me
surpreendi com tanto conteúdo em tão poucas palavras. Como é nobre esse poder
de sintetizar toda uma situação em duas linhas! Como é genial provocar uma
reflexão em nosso comportamento falando tão pouco!
Bem, voltando ao assunto da citação, muitas vezes nos vemos
em meio a um mundo de fofocas, de jogos de intrigas, de invejas. E lá está
aquele tipo de pessoa má, que não perde uma oportunidade para cutucar, para
denegrir, para fazer um pré-julgamento, para incitar todos contra um alvo que
não tem a mínima chance de defesa. E muitos de nós embarcamos nesse jogo, nos
tornamos “inimigos” de alguém que sequer conhecemos. De uma hora para outra
passamos a não gostar de uma pessoa, como se ela tivesse feito coisas
terríveis.
Falar dos outros, procurar sempre a culpa do lado de lá,
deixar de olhar para si, nada mais é do que uma espécie de defesa, defesa de
pessoas fracas, de pessoas infelizes, pessoas com questões mal resolvidas. É
justo deixar essas pessoas se afundarem ainda mais? Há quem não ligue, há quem
ache que o melhor caminho é se afastar. Não concordo. Acredito ser possível
mudar comportamentos com exemplos, com ações, com palavras. Não custa tentar. É
bom acreditar na mudança de alguém, acreditar que podemos tirar uma pessoa de
uma situação ruim, mostrar a ela que há um caminho diferente do rancor, do ódio
indiscriminado.
Quer seja Pedro, quer seja Paulo. Fazer o bem sem olhar a
quem, como já dizem as vovós por aí. Releve algumas coisas, vale até mesmo
engolir um sapo aqui, outro ali, evitando conflitos que não levam a lugar
algum. Durma tranquilo sabendo que não alimenta ódio por ninguém, que tentou
fazer seu melhor sem interesses em obter vantagens. A vantagem maior é ter sua consciência
limpa sempre.
É isso.
13 comentários:
Parabéns meu amigo! Concordo plenamente contigo. Não custa nada tentar fazer o bem, tentar ser diferente dos outros que estão ao lado da maldade. Lindo texto!
Olá Lílian,
Muito obrigado por comentar! Vamos tentando fazer o bem, quem sabe isso não dá certo um dia, não é?
Volte sempre!
Não sei se você tá sempre se superando e eu sempre repetitiva, mas acho que este é de todos o melhor texto teu que já li.
: )
Parabéns Vitão, não só pelo texto, mas pelas qualidades humanas do autor.
Clap, clap, clap!!!
Oi Novinha,
Nossa, quanta honra receber elogio assim! Fico muito feliz por ter gostado, esse texto aí saiu numa tacada só, nem reli depois que escrevi....
Brigadão pelo comentário e pelo elogio... volte sempre (e volte mesmo!)
Beijos!
Alteralidade. É isso !
Alteralidade. É isso !
Façamos o mal, porque o mal é a felicidade da maioria dos homens. Rimos das desgraças dos outros, fixamos nossa atenção para fofocas com um sentimento de surpresa e fascino, pensamos o mal para quem esta bem na vida quando a nossa não vai tão bem, nos orgulhamos e inferiorizamos alguém por nossa posição, aparentemente, mais elevada. Disto sentimos prazer e disto sofremos. Como disse Sartre, o inferno são os outros.
Mas, não devemos desanimar. O auto-conhecimento impede que nos ofendamos com estas coisas, nos faz exemplo para alguns e repele quem é mal de espírito. Talvez percamos algumas amizades, contudo ficará mais fácil encontrar amigos fiéis e leais, que mesmo errando algumas vezes, se desculpam e entende o seu lado também. Podemos alimentar essa amizade para até a morte, mantendo seus valores e preceitos para uma morte sem arrependimentos. Em oposição a Sartre, parafraseando Leandro Karnal, professor de universidade, ao mesmo tempo em que o inferno esta nos outros, o paraíso também esta.
Parabéns ao Vítor pelo texto excelente, e aos demais, pelos comentários enriquecedores. Gostei muito!
Boa noite !
Vou usar em uma reunião e assim podemos mudar e mudar para melhor nosso pensar,nosso aji !
Boa noite ! Vou usar em uma reunião, para mudar nosso modo de pensar e de aji.
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