Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

domingo, 29 de janeiro de 2012

TIRO NA CONSCIÊNCIA



Quantas e quantas vezes, caro amigo, você se viu obrigado a fazer uma coisa que não gosta? E quantas vezes teve que fazer algo que fere seus princípios? Pode ser que, por sorte sua, tais situações não ocorram com tanta frequencia. Mas de uma coisa tenha certeza: é terrível ter que agir contra sua vontade e, principalmente, contra seu coração.

O tempo não consegue apagar aquele momento, aquele instante, aqueles poucos segundos que não voltam mais. Sua atitude ficará marcada para sempre. E você vai tentar achar justificativas que não cicatrizarão as feridas. Alguns falarão que não havia alternativa. Outros dirão que foi necessário para preservar um bem maior. Ainda assim, tentando internalizar todas as mensagens, ainda vai doer. Bem lá no fundo, vai doer e muito.

O olhar cabisbaixo te denuncia. Alguma coisa não vai bem. Alguns perceberão, outros não. Não importa. Não importa o quanto tentam te convencer que as coisas vão melhorar, que tudo será esquecido. Não será. Por quanto tempo tudo isso irá remoer por dentro? O que será preciso fazer para minimizar uma atitude que tanto feriu?

Ponderando a ação e o resultado, ainda sim se percebe que não foi válido. Sim, poderia ter sido pior, outras coisas até mais importantes poderiam ter sido atingidas. Mas não foram, não neste momento. Ter que decidir com base no “talvez” é ainda mais cruel. Nunca haverá resposta para qualquer questionamento. Tudo se foi, mas seu coração ainda está aqui. Não deixe que ele seja atingido, não deixe que ele esfrie, que se torne uma pedra de gelo. Mantenha-se sensível, sempre, sempre.

É (mais ou menos) isso.  

sábado, 14 de janeiro de 2012

RETROVISOR



Olho para trás e vejo coisas boas. Simultaneamente, vejo as ruins da mesma forma. Vejo o que engrandeceu, vejo o que diminuiu. O que fez feliz, o que deixou triste. Não vejo, ou melhor, não enxergo muitas coisas. Coisas que não quero enxergar, coisas que minha memória fez questão de deixar em um canto muito bem guardado. Por alguma razão o mesmo mecanismo é usado também para momentos agradáveis, que ficaram esquecidos juntamente com as pessoas que estiveram presentes nestes momentos comigo. Talvez não se consiga distanciar o bom momento daquela pessoa em questão, por isso a supressão do conjunto na lembrança.

Temos e somos, em nossa essência, o conjunto de pequenos fatos. A construção é finita apenas com a morte, e se faz até o último minuto de consciência. Relevar passagens é negar a própria existência, o próprio ser. Estar ciente de que tudo o que aconteceu fez você ser exatamente o que é hoje é importante, é fundamental para que entendamos o que se passa em nossas vidas, por quais motivos determinadas coisas acontecem, qual o sentido de estarmos próximos a certos tipos de pessoas.

Assim como em veículos, dirija sua vida olhando para frente, mas, vez em quando, consulte o retrovisor. Busque suas passagens, seus momentos, suas opiniões, procure se entender. Não viva em função de seu passado, mas não o ignore por completo. Muitas respostas para seus questionamentos podem estar lá, escondidas, naquele dia aparentemente normal, em que uma atitude, ou a falta dela, mudou todo um contexto em suas relações, em seu comportamento.

É isso.