Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A importância do feio e da derrota

Não sei como é para você, caro amigo, mas uma manhã ensolarada funciona para mim como um estímulo para acordar mais alegre, para aproveitar mais aquele dia. Mesmo com sono, tendo dormido mal, basta ver o sol chegando, um céu sem nuvens, que o humor muda, a perspectiva de ficar bem durante todo o dia também. Acredito que o Sol tem este poder de interferir no humor das pessoas. Prova disso é a diferença dos nordestinos para os sulistas do Brasil. No Nordeste, apesar de tudo, das crises, da pobreza, pessoal está sempre rindo, sem disposto. Já no Sul acontece justamente o contrário: pessoas que têm um nível de vida relativamente melhor, mas que andam sempre com a expressão fechada, parecendo estar de mal com a vida.

Pois bem, amigos, disse isso tudo porque, ao valorizar aquele dia maravilhoso que se iniciava, percebi a importância do dia nublado, cinza, feio. Se ele não existisse, com toda certeza eu não daria valor para o dia limpo, não veria o Sol com os mesmos olhos.

Assim sendo, penso nesta situação como uma lição para o nosso dia-a-dia. Sempre buscamos o melhor, damos o nosso melhor a fim de conquistar vitórias sucessivas. É assim como todo mundo. Ninguém gosta de perder, nem mesmo no par ou ímpar. Quem falar que gosta está mentindo ou é candidato a assumir a vaga de Madre Teresa de Calcutá. Gostar de perder não existe; saber perder é uma dádiva, mas este “saber” deve ser entendido na maior concepção possível da palavra. É saber como entender, analisar e ver onde errou, o que influenciou a derrota e o que vai (vai, e não deve) ser feito.

A derrota vem para todos, é natural. No momento que ela chega é terrível, parece que o mundo tende ao caos, que nunca mais recuperaremos as forças. É questão temporal, em breve passa. Tenho certeza que você se lembra de mais momentos bons do que os ruins. Mas aí que entra a importância do insucesso: dar valor maior ao sucesso, à vitória, às conquistas. Só vencer não tem graça. Fazendo uma metáfora muito ruim, pego um caso de quando jogo videogame com um primo de 11 anos. Ele consegue ser pior que eu e não ganha nenhuma partida do futebol virtual. Que graça tem jogar assim? Nenhuma! As vitórias somente têm aquele gostinho bom quando durante a partida surge a possibilidade da derrota. Lutamos mais, nos esforçamos mais para vencer.

Por isso, quando passar por um momento assim, tente encarar desta forma. A derrota, o feio, sempre passa. Como diz um ditado popular “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”. Vivemos ciclos, numa roda-gigante que alterna momentos felizes com decepções. Problema que esta roda não possui a regularidade de um relógio. Como se fosse um moinho. É tarefa nossa soprar o vento que o movimenta. Quando ele estiver no lado ruim, furacão, para passar ligeiro. Do lado bom, brisa marítima, lenta, para valorizar o momento e deixar ainda o perfume do mar na nossa lembrança.
É isso.