Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

domingo, 25 de novembro de 2012

AS LOUCURAS DE CADA UM: PARADOXOS




Caminhamos para um mundo cruel, egoísta e sem valores. Vivemos um paradoxo de se lutar pela liberdade e essa mesma liberdade ser cada vez mais cerceada. Brigam-se pelos direitos humanos, pelo direito de ir e vir, mas vivemos enclausurados em casas com grades cada vez maiores.  Trabalhamos para ganhar mais e mais dinheiro e investimos esse mesmo dinheiro em equipamentos de segurança, em muros altos, cercas elétricas.  Queremos ser livres, mas vivemos presos.

Pregamos liberdade de expressão, mas nos vemos em meio a processos e punições por simples comentários de indignação. Criou-se a falta expectativa de que se pode falar de tudo, mas nos monitoram, pedem quebra de sigilo para comentários feitos pela internet. As empresas ficam de olhos em que seus funcionários falam, as instituições preferem punir por um comentário ao invés de punir uma atitude verdadeiramente criminosa de um membro.
 
Evoluímos na tecnologia, podendo fazer de casa coisas que antes demandavam nosso deslocamento. Encarávamos as imensas filas dos bancos e lotéricas para pagamento de contas. Hoje em dia fazendo tudo de casa, sentados, pela internet. Ganhamos muito tempo com isso, mas ainda assim nosso tempo é cada vez mais curto, reclamamos da falta dele para curtir nossa família, nossos amigos. Vamos às academias (com pressa!) para melhorar a saúde, mas optamos por comer em um fast food para não perder o bendito tempo.

Lemos cada vez mais sobre educação infantil, teses de psicólogos, pedagogos, mas transferimos a responsabilidade da criação para as escolas. Matriculamos nossas crianças em tudo quanto é curso, querendo dar uma educação sólida, formação de qualidade, mas nos esquecemos de formar o cidadão dentro de casa, pois isso não se aprende na rua. Ensinamos a falar várias línguas, mas negligenciamos o aprendizados de poucas palavras em português, como um por favor, obrigado, desculpa.

Compramos sacolas ecologicamente corretas, mas as entupimos de embalagens de iogurte, de sacos plásticos com alimentos e jogamos tudo isso no lixo com outra sacola biodegradável. Fazemos protestos (a maioria pela internet, diga-se de passagem) para parar a obra da usina hidroelétrica, queremos salvar a floresta amazônica, mas passamos direto por um cãozinho faminto na rua, vemos uma pessoa maltratar um cavalo e ficamos omissos.

Paradoxos que vão passando sem a gente perceber. E assim seguiremos, buscando algo para culpar, buscando nos eximir o máximo possível do confronto, da contestação. E assim o mundo segue, cada vez maior para todos e cada vez menor para cada um.

É isso. 

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