Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

sábado, 10 de novembro de 2012

ESCORAS




O tempo passa, as coisas precisam mudar, mas o comportamento é sempre o mesmo. Escorar em algo, escorar em alguém. Por que fazer se há alguém do outro lado se matando para ajudar? Por que se esforçar se o suor alheio já é suficiente para manter a situação? É muito mais cômodo achar que tudo está bem, que não precisa mudar nada, fingir um status e seguir o caminho sem enfrentar os verdadeiros problemas.

Diferente do que se prega por aí, a maturidade não vem automaticamente com o passar dos anos, com a idade. Nem todo idoso é sábio, nem todo idoso sabe realmente como é a vida. Em muitos casos a pessoa não passa por experiências, não busca seu caminho, mas sim vive amparada por outras pessoas. E o acúmulo do tempo não traz nada que engradeça, a pessoa vai vivendo uma vida medíocre, se conformando com acúmulo de coisas ao invés do acúmulo de sentimentos e sensações. 

E por mais que se tente mostrar outro ponto de vista, percebe-se que algumas pessoas até fingem internalizar a mensagem, mas no fim acabam fazendo as mesmas coisas, buscando as mesmas soluções paliativas, trazendo a futilidade como carro chefe da condução da vida. E essas pessoas são felizes assim? Por incrível que pareça, acredito que sim. Felicidade que caminha junto à ignorância, tanto por não conhecer muito além daquela pequena bolha em que vive, quanto por desconhecer o quanto as outras pessoas sofrem para manter aquele mínimo de conforto para ela.

A ponta altruísta não deve ter, necessariamente, do outro lado, a ponta escoradora. Lá no Direito, fala-se que a pena não passará da pessoa do condenado, utiliza-se o princípio da individualização da pena. Oras, se no Direito é assim, por que na vida também não deve ser? Por que uma pessoa que não se esforça, que não quer mudar sua vida por mérito próprio, precisa ser carregada por outra a todo tempo? Por que uma pessoa tem que anular sua vida para ajudar outra, apesar de ter passado por situações ruins para poder alcançar seus objetivos? Por que é tão difícil criar essa consciência de que se você não fizer, alguém vai ter que fazer por você?

Pense bem antes de se escorar em alguém. Pense no quanto pode estar tirando daquela pessoa que tanto fez e tanto faz por você. Pense no valor de um dia, de um sábado, no valor que você tirou por uma atitude mesquinha, egoísta, egocêntrica. Um dia perdido não se recupera. Da mesma forma que não se recupera a vontade de querer fazer mais. Esse sentimento vai se calejando, até o ponto de ser deixado de lado, momento em que se busca o caminho natural das coisas, ou seja, cada um correndo atrás de suas próprias coisas apenas.

É isso.



5 comentários:

Anônimo disse...

Amigo, ajude a sua escora ser sua viga, assim construirão um forte lar.
Quando está triste escreve ótimos textos.

Victor Rosa disse...

Pois é Anônimo, nem sempre é possível, quando a outra parte não quer crescer, não é mesmo? Então é melhor deixar de lado do que passar a vida toda insistindo naquilo que não tem jeito.

Anônimo disse...

texto reflexivo.
Antônio

Unknown disse...

Eu acho que isso acontece muito nos "trabalhos em equipe". Tem sempre um se escorando nos outros.

Victor Rosa disse...

Com certeza Daniele. Infelizmente tem gente que se acha muito espertalhona e faz isso com os colegas de trabalho. Ficam queimados, ninguém quer trabalhar com esse povo e eles ainda se perguntam o motivo dessa exclusão... Enfim, façamos bem a nossa parte que tá tudo certo!

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