Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

sábado, 16 de outubro de 2010

É possível escolher?

Quando se questiona qual o melhor lado, entre a ignorância e o saber, o conhecimento, obviamente que todas as pessoas (ao menos as mais sensatas), optarão pelo lado do conhecimento, da sabedoria, da ciência. Ninguém quer ser taxado de ignorante, de um alienado das coisas ao redor. Tudo bem, olhando sob um ponto de vista mais amplo, é possível e viável pensar dessa forma. Acontece, caros amigos, que a ignorância ou, numa melhor concepção do termo que pretendo usar, a não-ciência, não é lá de toda ruim.

Vivemos em uma era conhecida como sendo a da informação, do conhecimento cada vez mais amplo e disseminado entre todas as classes e culturas. Claro que isso não passa de um discurso politizado, de potências que tentam mostrar que a globalização quebrou todas as barreiras, começando pela interação de conhecimento. Essa quebra de barreiras, na verdade, não passa da vontade dos grandes em invadir os outros países com seus produtos e serviços, fortalecendo a própria economia e destruindo a alheia.

Voltando ao assunto inicial, acredito ser importante pensar sobre isso. Quantas e quantas vezes não ficamos mal porque uma informação chegou até nossos ouvidos? Não estou pregando aqui a aplicação plena daquele ditado “o que os olhos não veem o coração não sente”, mas penso que em muitos casos a ignorância, ou melhor, o não-saber, pode ter seu valor. Tentarei explicar...

Qual a chance de uma pessoa ser roubada? Depende, certo? Se for usar uma estatística bem simples, é uma chance dividida pelo número de habitantes do lugar. Se for apurando o estudo, começa-se a olhar os hábitos, os riscos, enfim, diversos fatores. Enfim, no final das contas, percebe-se que as chances são parecidas, que todos nós estamos suscetíveis a esse tipo de evento. Já que pode ser considerado isso, qual a diferença da pessoa que sabe exatamente os índices de criminalidade do local onde vive para a pessoa que não sabe? Talvez a pessoa que saiba vá se prevenir mais, andar mais atenta, evitar certas atitudes. A outra pessoa vai andar mais relaxada, displicente até, não deixando de fazer nada do que gosta por conta de medos adquiridos com o conhecimento de determinada situação.

E aí, qual desses caminhos escolher? Muitas pessoas vão preferir saber toda a verdade, vivendo sob tensão permanente, do que ficarem a mercê dos riscos. Outras já optarão por não tomar conhecimento, deixando ao acaso sua própria sorte. É um exemplo banal, porque nem todas as pessoas com vontade de saber esse tipo de informação terão acesso a ela, e algumas pessoas que realmente desejam ignorar terão que saber, quer seja pela profissão ou algum outro motivo.

Na política, talvez isso seja feito de forma pensada, quando o sistema não permite que as pessoas busquem mais informações, incentiva o analfabetismo político como forma de manutenção do status quo, como forma da manipulação de uma massa burra, que não consegue discernimento para dar o poder somente àqueles que poderiam fazer alguma coisa útil para a comunidade. Pagamos o preço pelo não saber da maioria das pessoas.

Outro campo em que o conhecimento também influencia é no relacionamento. Tenho certeza que se soubéssemos, a fundo, como uma pessoa é, já no início do relacionamento, dificilmente iríamos nos relacionar sério com alguém. Nesse sentido, a parte de não saber, de não tomar conhecimento, é fundamental para que o processo de interação possa ser feito aos poucos, já que simultaneamente à chegada de informações que não achamos interessantes, podemos observar outras qualidades que, se equiparadas, pendem para o lado bom e amenizam os defeitos que tanto nos incomodariam.

Enfim, o intuito desse texto é provocar uma reflexão, um debate que coloca em pauta a discussão de o que é necessário saber e o que pode ser deixado de lado. Na era da informação, nem tudo que chega aos nossos ouvidos é, de fato, lucro. Muita coisa a gente poderia não ficar sabendo, tendo assim, como prêmio, um passo a mais em busca da nossa felicidade.

É isso.

2 comentários:

M.enal.i disse...

Tá de cara nova, aê, gostei! Prefiro saber, sempre! Mesmo que para isso fique neorótica, sei que não ficaria mesmo..rs :)

Mulher na Polícia disse...

Explico:
: )

Numa relação à dois a minha opção é sempre a verdade, mesmo que o que o que ele tenha a me dizer não seja o que eu gostaria de ouvir. "É melhor (ele) me contar tudo, Vitão".
Tudinho!

Porque se eu descobrir que houve mentira da parte dele fica pior "E não mente pra mim não que fica pior!"

Entendeu?
rs!

"Veritas Liberate Vos"