Em tempos de redes sociais, temos
mais “amigos” em alguns meses do que os amigos acumulados ao longo da vida.
Basta criar uma conta, sair adicionando e ser adicionado, para ter uma grade de
amizade imensa, com pessoas já conhecidas e com outras que se conhece por
afinidade, por interesse em alguma área em comum. Vive-se, atualmente, uma vida
online, com as pessoas perto fisicamente, mas centradas em seus equipamentos
ligados à rede, interagindo, sendo altamente sociáveis, informando praticamente
tudo o que estão fazendo, mas se esquecendo de que logo ali, a pouquíssimos
metros, há um ser real, tangível, do jeito que é e não do jeito que ele
gostaria de ser. Não é apenas um perfil criado com cuidado, que exalta apenas
as qualidades, um perfil sem defeitos.
Albert Einstein profetizou, certa vez: "Temo o dia em que a
tecnologia se sobreponha à nossa humanidade. O mundo só terá uma geração de idiotas”. E não é mesmo que nosso
camarada tinha razão? Basta dar uma volta em um shopping ou até mesmo em um
bar. Quantas e quantas pessoas estarão ostentando seus celulares, focadas
neles. Acho engraçado ver em uma mesa de bar três ou quatro pessoas, todas elas
com seus aparelhos em punho, digitando e postando fotos do local, como se
estivessem na maior diversão do mundo, ao passo que tiveram que recorrer à
tecnologia para aliviar o tédio e até mesmo a falta de assunto, a falta de
costume de estar com as pessoas no mundo real.
Não caro amigo, não sou contra
estar conectado, ter um perfil em redes sociais. O que acontece é que, como em
diversas outras áreas da vida, as pessoas não conseguem ponderar, se jogam
integralmente em determinada situação e deixam as outras de lado. Pode
atualizar sim seu perfil, postar sua foto com a galera, postar a foto daquele
local bonito que você visitou. Mas precisa ficar fazendo isso justamente no
momento em que está acontecendo? Precisa tirar foto de tudo o que faz sempre?
Que tal trocar a foto da garrafa de cerveja geladíssima por uma introdução a um
assunto bacana? Que tal deixar a postagem de onde está de lado e trocá-la por
uma boa olhada ao redor, por uma aproximação, pelo início de uma nova amizade
real?
Ter muitos amigos nas redes não
significa nada se os amigos que você realmente quer por perto estão distantes.
Não adianta achar aquele amigo que não se via há 20 anos se quando houver uma
oportunidade de falar pessoalmente o papo não fluir, ou pior, se nunca mais,
apesar de você “vê-lo” todo dia, vocês se encontrarem no mundo real, offline. Fica uma amizade superficial,
com a sensação de estar sabendo tudo o que ele faz e ao mesmo tempo não saber
nada. Conhecimento superficial, só das coisas boas – isso definitivamente não é
amizade.
Dê valor aos amigos que estão
próximos, principalmente aos que te acompanham desde a juventude. Não há nada
que pague o tempo que se pode passar junto a eles, relembrando histórias,
tirando sarro um do outro, vendo como o tempo passou e a sintonia continua a
mesma. Quando estiver próximo, desconecte-se e vá se encontrar com quem pode
curtir muito mais sua vida do que uma simples apertada de botão.
É isso.
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