Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

domingo, 8 de maio de 2011

ENTORPECER

Ser aquilo que você não é, fazer coisas que talvez não fizesse, estar em locais improváveis. Desligar-se do mundo real, viver uma realidade diferente. Não, não estou falando sobre distúrbios psíquicos, loucura. Converso aqui apenas sobre um hábito comum para muita gente, o hábito de ingerir bebida alcoólica.

Quais são as razões que levam uma pessoa a beber? O sabor, paladar, deve ser um dos motivos que ficariam por último se fôssemos fazer uma lista. Lógico que no caso dos vinhos, espumantes, o paladar é primordial. Falo sobre as outras bebidas, cerveja, vodka, pinga, entre outras. Aquelas bebidas consumidas em botecos, casas noturnas, que são tomadas por apenas um motivo: entorpecer.

Dentro da linha entorpecer, aparecem outras razões. Uns bebem para esquecer um problema, outros para ficarem menos acanhados, alguns tantos embriagam para viver em um momento situações que acreditam que não viveriam caso estivesses sóbrios. A bebida acaba virando um refúgio, um porto seguro, uma necessidade. Mas ela cobra um preço alto para isso, não deixa barato os minutos de prazer que pode proporcionar. Este preço pode ser resumido em uma simples sentença: falta de limites.

E o que são, afinal, esses limites? Até que ponto é aceitável um desvio de conduta? E o que é a tal conduta? Como pode ser observado, são questão subjetivas, visto que isso depende da medida em que se interfere na esfera alheia a ponto de causar incômodo. É difícil definir o quanto uma atitude pode ser considerada ofensiva a outras pessoas ou mesmo aos chamados bons costumes.

Por outro lado, é bem mais simples ter a certeza de que a bebida é ingrediente sempre (quase sempre, há exceções) presente em conflitos na noite, em confusões, responsável pela chamada ressaca moral, aquela dor na consciência que se tem ao acordar, quando a razão volta à mente, trazendo lembranças de coisas ruins que aconteceram, de pessoas que se magoaram, de frases que nunca deveriam ter sido ditas. É o lado cruel da bebida, trazendo à dura realidade de volta, realidade muitas vezes piorada com o consumo do álcool da noite anterior.

Como sempre, a regra é ponderar. Caso goste, dá para beber até certo ponto, até o momento em que ainda se detém os reflexos, as atitudes. É preciso ser mais forte que a bebida, apesar de ser extremamente difícil este controle após algumas doses. Não se deve colocar a solução passageira de problemas em um copo de cerveja, em uma dose de vodka. Não se deve achar que as coisas que te perturbam vão embora dali para frente. Usar a bebida como refúgio tende a piorar a percepção das coisas ruins quando o efeito do álcool passar, isso se, neste meio tempo, outros problemas até mais graves não surgirem. Pense nisso, é difícil, lógico, o mundo parece não aceitar quando uma pessoa decide parar de beber. Ou ela muda o estilo de vida completamente, abandonando os locais que gosta de ir e até mesmo os amigos próximos, ou será constantemente alvo de chacotas pelo fato de não mais acompanhá-los no brinde. Mas se a convicção for firme, se beber estiver realmente causando problemas, o caminho é evitar o máximo possível.

É isso.

5 comentários:

M.enal.i disse...

Por isso, pareid e beber! heheh
Agora só em eventos primordiais e, em menor quantidade!
Certas coisas não nos levam a lugar algum, ao não ser o mesmo lugar!
:)

Mulher na Polícia disse...

Já te disse que não bebo?

Não suporto cheiro de cerveja.

: )

Beijo!

Ana Paula disse...

Assunto polêmico, difícil, mas você colocou a palavra certa - ponderar. Gostei do post. Beijo

Lílian Rodrigues disse...

Realmente, a palavra entorpecer nos traz uma série de questões, que podem ser cruéis. Muitas vezes, tomamos atitudes impensadas por causa da bebida. No começo é curtição, depois um vício e finalizamos na perda. Perda de humor, de nobreza, sensatez, de amigos e família. Por causa disso perdi um primo... assassinado. Um homem que perdeu tudo, fez a nossa família perder uma pesssoa querida(que Deus o tenha). Suas palvras trazem reflexão. Gostei do post! :/

Wladimir disse...

Reflete bem o que é o problema, eu ja fiz varias besteiras que ao acordar no outro dia não podia acreditar que tinha feito ou dito tal coisa, é muito dificil dosar a quantidade pra quem gosta, você até dosa um dia ou outro, mas uma hora acaba chutando o balde! Sei que tenho este problema, e sinceramente não sei como resolver, talvez até saiba, parar de beber seria a melhor solução, mas pra mim seria muito dificil ter que tomar esta atitude, pois moro sozinho , tenho poucos amigos, e a bebida é praticamente minha companhia, por enquanto continuo vivendo com o problema.