Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

domingo, 14 de novembro de 2010

Sobre Dilma, violência e liberdade

Eis mais uma página da história que vivo, ou melhor, vivemos. Outro dia mesmo estudava sobre militares no poder, alternância forçada na política do café com leite, crises e mais crises na tentativa de se restabelecer uma nova forma de democracia. Agora, agora mesmo, podemos ver coisas até então inimagináveis, como população indo às ruas pedindo impeachment, operário na presidência e, para surpresa (agradável para uns, nem tanto para outros) geral, vem aí uma mulher que comandará as políticas no Brasil até, no mínimo, 2014.

O Brasil passa por um período de transformação que ficará marcado; escreve, lentamente, as linhas da nova história, que nossos netos apenas terão acesso pelas fontes de informação, terão acesso às mudanças, sentirão os reflexos, positivos ou negativos, desse período no qual vivemos atualmente. É meio assustador pensar que estamos no centro do furacão, que somos testemunhas de fatos que serão registrados nos livros de História.

A questão central desse texto é falar, superficialmente, sobre a luta pela liberdade. Durante a campanha eleitoral recebi diversos emails falando sobre o passado de Dilma Rousseff, sobre como ela lutou, literalmente, contra a opressão. O conteúdo dessas mensagens era para desabonar o passado da candidata, tentando mostrar um lado criminoso, mostrar atitudes que foram alcunhadas até mesmo de terroristas pelos autores das mensagens.

Não entrarei nos méritos e nem mesmo pesquisei sobre a veracidade dessas informações, até porque muita coisa foi perdida e outro tanto está sem acesso. Criar boatos em cima de suposições é fácil, mas faz com que nos tornemos críticos sem fundamento, faz com que formemos falsas verdades, que se espalham com velocidade incontrolável através da internet.

A motivação que inspira essa linhas é ver o quanto se briga por liberdade. Muitas pessoas vivem oprimidas, com medo de tomarem atitudes, deixam de lado coisas que dão prazer por motivos os mais diversos possíveis, muitos beirando, até mesmo, certa banalidade. Alguns deixam de fazer o que gostam pelo simples fato de que outras pessoas falarão dela. Vivem em função do que o outro pensa, do que o outro irá achar, apesar de, na realidade, nem ao menos ter conhecimento de como aquela outra pessoa realmente encara determinado assunto, apesar de isso ser irrelevante.

Ser livre é fazer o que dá vontade, desde que não prejudique o outro. Liberdade é buscar a fonte de prazer, é estar no momento certo, com as pessoas certas, certas para você, obviamente. Liberdade é viver aquele dia, é aproveitar ao máximo todos os momentos, acreditar que nossa passagem aqui é breve, que um dia perdido não volta mais, que as escolhas baseadas em opiniões alheias geralmente são cerceadas da plenitude da alegria.

A crítica que foi feita é que Dilma teve que recorrer às armas naquele período. E você, caro amigo, também não recorreria, caso tivesse sua liberdade ameaçada por pensamentos autoritários, ditatoriais, impeditivos? Hoje em dia é muito fácil criticar, já que vivemos em uma democracia, em um país onde as escolhas são, até certo modo, respeitadas. Mas e antigamente? Imagine-se tendo como um colega de classe alguém infiltrado, um agente do governo que está ali apenas para ver quem não concorda com o regime, delatar e fazer o coitado sofrer as barbáries que já conhecemos.

Quem não pegaria, se preciso fosse, em armas, lutando para que isso fosse interrompido? Talvez aquelas mesmas pessoas que hoje são omissas a casos de corrupção, que aceitam as coisas como elas são, que deixam os outros fazerem o trabalho por elas. Esse tipo de pessoa é exatamente quem critica os que vão à luta, que correm atrás de benefícios não somente próprios, mas em prol da coletividade. Ser livre é ter opção de poder pensar, mas, sobretudo, é, me desculpando pela contraditoriedade dos vocábulos, ter a obrigação de pensar, no sentido de refletir e agir em prol dessa mesma liberdade.

É isso.

5 comentários:

Tiburciana disse...

Na verdade a Dilma ganhou minha admiração com tais atitudies
bjos

Mulher na Polícia disse...

Oi Vitão!!!

Parece que agora vc voltou mesmo!!!
rs rs rs

Já tava com saudades dos seus textos. Esse sobre a Dilma me surpreendeu mais uma vez. Não imaginaria que você tivesse essa percepção.

Sua opinião, como sempre, muito centrada. Concordo contigo! E para as mulheres, acredito que uma nova era se inicia. Vc já imaginou todas as mudanças que ocorrerão naqueles palácios no sentido de adaptar as coisas para receber uma mulher presidente. Eu tenho muita curiosidade em captar que marca ela vai deixar na história. De fato, vc tem razão. Também me sinto no meio de uma história cujas páginas estão sendo escritas agora.

Isso é muito intrigante!!!

Beijos, Vitão!

Gabriela Pagliuca disse...

Nunca achei muito positivas essas denuncias que eu recebia por e mail. Costumava descartar sem ao menos ler, de repente me senti alienada e resolvi conferi. Não sei se são verdades ou mentiras, mas acho que a presidente eleita deveria conversar mais com a população sobre isso. Agora que já passaram as eleições e que ela já está lá, ela devia conversar com a gente. Eu sempre pensei como você, Victor, que em essa época que vivemos não é necessário levantar armas e que aquela época sim, era preciso. E por causa de quem foi a luta que estamos onde estamos. Não sou expert em história, mas nem precisa ser genial para saber que a repressão só acaba por causa de uma população ativa pró-democracia. Claro que cada situação é uma e vai saber que armas teríamos para lutar pelos nossos ideais.
É uma pena que hoje, mesmo não precisando usar armas, as pessas simplesmente não vão à luta.
Abraço e siga em frente, com liberdade!

Marivan disse...

Amigo Victor,

“Se passar na banca e ver a FOLHA, não compre.
Se comprar, não abra.
Se abrir, não leia.
Se ler, não acredite.
Se acreditar, RELINCHE.
Feliz Natal,
abçs
Marivan

Guilherme Freitas disse...

Pois é Victor, não me importa o passado de Dilma na ditadura até porque ela não pegar em armas na presidência como algumas pessoas acham. Mandela que é um mito também pegou em armas contra o apartheid e foi classificado de terrorista. E olha só no que ele se transformou. Deixemos o passado de lado, e olhemos para o futuro! Abraços.