Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

domingo, 25 de julho de 2010

Honesto?

Gosto de começar alguns textos com definições de dicionários. Acredito que tenha visto muito isso nos textos (antigos, que são os melhores) do Max Gehringer. Saber melhor o que uma palavra significa, abre campo para a reflexão, faz a gente usar melhor as palavras em determinados momentos, enfim, ajuda na comunicação.

Hoje pensei nessa questão do ser honesto. Antes de tentar expor alguma coisa sobre isso, recorro ao amigo Aurélio para ver que honesto pode ter o significado mais óbvio, que quer dizer correto, decente, probo, mas pode significar também conveniente, adequado. Engraçado como uma palavra pode ter esse leque de aplicações, como pode, dependendo do ponto de vista, ter aplicações até mesmo divergentes de ideias.

A honestidade é um conceito muito amplo, difícil de enquadrar taxativamente todas as condutas. Pode variar até mesmo de cultura para cultura. O Brasil não é lá muito bem visto quando se fala em honestidade, visto o famoso hábito do jeitinho brasileiro. Muitas pessoas usam e abusam desse jeitinho para se dar bem, para conseguir vantagens. Não sei se isso vem de criação, da genética, da índole (sabe-se lá de onde vem isso também). Só sei que algumas pessoas agem mais dessa maneira que outras. Aqui não adianta ter falso moralismo, todos nós já levamos alguma vantagem, seja ela a coisa mais banal que for, em algum momento de nossas vidas.

Há aquela máxima que de que se deve, além de ser honesto, parecer ser honesto. Tudo bem, é importante demonstrar a honestidade, mostrar que hábitos desonestos não são bem vindos. Mas só mostrar, ou melhor, tentar mostrar mais do que o necessário, torna o gesto um pouco artificial, parece que estamos fazendo aquilo lá para aparecer. Ser honesto deve ser um hábito, não uma escolha.

Escrevi essas linhas por um acontecimento dia desses. Fui a uma loja de tênis, loja conhecida, e achei um tênis que já “paquero” faz tempo, mas ainda falta coragem de pagar a grana que pedem por ele. Pois bem, cismei de passar lá e vi o tênis com mais de R$100,00 de desconto. Na hora já pedi um pra experimentar e, lógico, já peguei a caixa e fui pagar. Para minha surpresa, na hora do pagamento, o preço estava acrescido com o valor do suposto desconto. Chamei o gerente para reclamar e quando ele chegou, viu que a diferença do valor foi devido a um erro do funcionário que coloca as etiquetas. O código do consumidor não estabelece a diferença para isso, apenas menciona que o consumidor pagará o valor que estiver declarado, independente se esse valor está abaixo do normal. Legalmente eu levaria o tênis bem mais barato, mas e moralmente? Com toda certeza essa diferença seria (ainda ouvi o gerente cochichando isso com outro funcionário) descontada do salário do funcionário que errou. Achei que não valeria a pena, não me sentiria bem sabendo que um cara que ganha um pouco mais de um salário mínimo levaria aquele baque no final do mês. Deixei o tênis por lá, mas voltei pra casa com a sensação de que, indiretamente, ajudei alguém a ficar mais tranquilo.

É isso.

4 comentários:

Tiburciana disse...

Errado o gerente em descontar do funcionário.
Tudo bem ele errou, mas decontar do funcionário alem de tudo é ilegal
Parabéns pela atitude Vi
bjos e saudadesssss

Mulher na Polícia disse...

Você teve bom coração, querido, e no caso parece mesmo que houve erro. Agora... muita gente se aproveita de "supostos erros" pra se dar bem em cima do consumidor e ainda faz chantagem emocional com o freguês.

(Achei que você iria falar do caso dos PMs na morte do filho da Ciça, rs rs... é a mídia)

Beijos!

Victor Rosa disse...

Tiburcia

Brigado pelo comentário... tbm estou com saudades!
bjos

Victor Rosa disse...

Olá Novinha

Pensei tambem em comentar aquele caso do filho da moça lá, mas achei melhor esperar um pouco... pra comentar PM do RJ é complicado, a situação lá é toda errada...

Obrigado pelo comentario..achei melhor agir dessa forma, mesmo que fosse uma chantagem emocional, nao iria arriscar dar uma ferrada no salário de alguem por um erro simples assim...

Beijos!