Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Futebol e interação social

Talvez você, caro amigo, não goste ou não pratique futebol. E talvez, por isso, não vá compreender muito bem o que irei dizer nas próximas palavras. Ainda assim, é bom que leia e, tenho certeza, passará a compreender um pouco melhor a magia que o futebol exerce nas pessoas. Não é por um acaso que ele é o esporte mais praticado e acompanhado do mundo.

Vivemos em um mundo cada vez mais individualista e em que, a cada dia mais, as pessoas buscam contatos apenas de cunho profissional, mantendo relações frágeis e vãs. A falta de tempo, a necessidade de apoio em caso de desemprego, o egoísmo, são alguns sustentáculos deste tipo de relacionamento. Como acontece em tudo na vida, quando não se pratica determinada ação, perde-se o hábito e, no momento em que for necessário, as pessoas terão dificuldades em iniciar um relacionamento desprovido dos interesses materiais.

E é nesta linha que entra o futebol. É impressionante o que acontece com as pessoas quando jogam ou mesmo quando assistem a uma partida. No primeiro caso, cito o exemplo de uma pelada, organizada por uma turma de faculdade, por exemplo. Sempre aparece um colega de alguém da sala para jogar. O cara vai lá, entra e joga. Até aí tudo bem. O engraçado é que, passados 5 minutos de jogo, as pessoas que não conhecem este cara já estão conversando com ele, pedindo bola, abraçando na hora do gol e xingando por um passe errado. Tamanha intimidade construída em apenas alguns minutos. Detalhe é que, em muitos casos, um não sabe nem o nome do outro. Ainda assim estão ali, traçando laços de afinidade que, numa situação normal, demorariam meses para serem construídos.

Num estádio, por exemplo, a mesma coisa: pessoas desconhecidas que, ao apito inicial do juiz, tornam-se “amigas” de longa data. Quando o time do coração está mal, sobra xingamento para juiz, jogadores e técnicos. Palavrões que jamais seriam ditos daquela forma, aos berros, perto de pessoas estranhas. E na hora do gol? É um tal de um abraçar ao outro, pular, gritar junto. Quando o time perde uma final é que a coisa fica interessante: um bando de marmanjo chorando, tentando reunir forças para ir embora e esquecer aquela decepção. Homem não chora! Não chora perto dos pais, da mulher... vá a um estádio em dia de final e observe a torcida do time perdedor para você ver!

Há também um outro lado. Como pessoas amigas, conhecidas há muito tempo, podem se tornar “inimigas” dentro das quatro linhas. No calor de uma partida, com um jogando para cada lado, basta uma entrada mais forte que o clima esquenta e as coisas só não entram para as vias de fato porque a galera do abafa está sempre presente. Ao esfriar a cabeça, tudo volta à normalidade, com o pessoal rindo daquela situação. Tudo é esquecido e na outra pelada pode ser que aconteça tudo de novo.

Como vê, o futebol não tem esta força à toa. Ele é mágico, exerce um fascínio, causa sensações inexplicáveis nas pessoas. Um cara frio, que mal abraça a mulher, faz um gol num campeonato importante e só falta beijar os companheiros de time (olha que isso já aconteceu em alguns jogos!). Um cara calmo, que não gosta de briga, é capaz de entrar numa confusão generalizada em campo. E assim seguem as partidas, as peladas e o mundo de emoções que o futebol proporciona às pessoas.

É isso.

7 comentários:

Anônimo disse...

Boa analogia feita por você.Algumas das coisas realmente são verdades,já de algumas eu discordo.Até porque,se eu concordasse com tudo nem ia ter graça hehehehe Não sou a maior fã de futebol,mas é impressionante como o sexo masculino se comove com ele.Ainda conseguiremos exercer o mesmo poder em vocês ;P uaiheiuahe brincadeira!Gostei do blog,Victor.Beeijos ;*

Victor Rosa disse...

Oi Raphaela,

Obrigado pela visita aqui.

E de quais analogias vc discorda? Vamos ao debate...hehehe..

Beijos

Saulo Franco disse...

Fala Vitão! Concordo com o que você disse. O esporte em Geral, tem este poder. E quanto ao futebol, basta ver o número de praticantes e apaixonados em todo o mundo. O futebol no Brasil é uma religião. Muitas vezes, o único assunto entre pessoas é o futebol. Este é um vício saudável...
Abraço!

Alane disse...

Primeiraaaaaa
Eu sei que o texto se refere aos homens no geral, mas toma a liberdade de confirmar que isso acontece com as mulheres também. Para algumas amigas e para mim não há nada melhor que fechar o domingao com o jogo do mengao! heheh E até já arrisquei umas peladas desastradas de meninas….Muitooo divertído!
Um beijooo Brother…rs!

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Valdeir disse...

Concordo com você.
O futebol tem essa magia de unir pessoas desconhecidas. A emoção que o futebol desperta é transmitida para a amizade.
Mas, como você falou, existe também o outro lado. Pessoas muito amigas, se tornam inimigas por causa de times opostos.
Entretanto, o que prevalece sempre é a amizade.
Parabéns pelos texto.
Abraços.

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José Felipe Donnangelo disse: disse...

Toda a beleza e magia do futebol é empanada por um mal desnecessário chamado torcida organizada.
O fanatismo destes grupos, não pelo clube, mas pela sua torcida, faz com que surjam verdadeiras lutas campais, dentro e fora dos estádios.
Não há mais respeito nem a possilidade, de pessoas que torcem para clubes diferentes, assistirem a uma partida sentadas lado-a-lado. Seria suicídio.
Mesmo assim, persiste, entre as crianças, aquela atração pela bola que permite que seus futuros rivais entrem numa partida sem saber seu nome, não levando em conta a sua classe social e o time para qual torcem.
O velho ditado: “brasileiro não nasce, entra em campo”, continua sendo verdadeiro.
Infelizmente as pessoas crescem e a mágia é substituída por um furor raivoso contra o adversário, companheiro de peladas de ontem.
Abraços!

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Guilherme Freitas disse...

Victor, excelente seu texto. Você conseguiu retratar o que todos nós sentimos pelo futebol. Eu adoro futebol. Gosto de jogar, assistir, debater. Sou fanático por futebol desde criança e minha família e amigos também. Meu TCC foi sobre esportes, mas com grande parcela dedicada ao futebol. Futebol é o esporte mais democrático do mundo e o mais apaixonante. Ele é capaz de unir povos e parar guerras (vide exemplos na África, nos bálcãs, etc). Quem não gosta de futebol, não gosta de esporte. Abraços.

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