Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

ESTALOS





As coisas acontecendo e você aí, parado, com tantas possibilidades e ao mesmo tempo nenhuma opção. Um silêncio que interrompe pensamentos, um vazio que não se sabe como preencher. Companhias que não representam o querer, presenças que não afastam a solidão. E o tempo, cruel por essência, castigando ainda mais a alma, produzindo o tal passado, tão perto e ao mesmo tempo tão longe, intocável, imutável, reflexo das opções e da falta delas, reflexo de decisões, das ações e omissões.

Passamos toda uma vida atrás de uma meta que nem ao menos sabemos qual é. Buscamos um ideal de felicidade que supostamente nos faria bem, que nos completaria. Idealizamos uma situação que talvez nunca chegue e, por ela não chegar de fato, passaremos nossa vida inteira frustrados.

O som da voz já não provoca as mesmas emoções. O pingo de água passa logo para uma tempestade. O calor natural já não aquece como em outros tempos. Os destinos estariam se desvencilhando? Há alguma solução, algo que possa ser feito? Ou a solução seria apenas deixar o curso natural da vida seguir, sem procurar intervir, sem fazer força para manter um status quo que já não mais agrada, que não seduz, que não inspira?

E como é engraçada essa vida! Quando tudo parece estar dentro do baú do conformismo, eis que surge uma chama, um indício de mudança, algo que balança, que provoca reflexões. Nem sempre muda de verdade, mas cria um pensamento crítico, um estalo que não permite o continuísmo por si só. De pequenas em pequenas transformações vamos tocando o barco, rumo a um destino que não sabemos qual será, mas que, presume-se, ao menos, que seja confortável, que nos faça bem.

É isso. 

Segue uma música que tem relação com o texto. Frisson, interpretada por Elba Ramalho. 


5 comentários:

Anônimo disse...

Simplesmente sensacional!!
Sem palavras para elogiar...
Você consegue fazer com que assuntos não comentados no cotidiano tomem formas...

Amo Você

Ana Paula disse...

Victor quando um pingo de chuva é só tempestade é possível fazer algo sim! Música, poesia, cores...
Muito bom o teu texto.
Abraço

Victor Rosa disse...

Olá Ana Paula!

Obrigado por aparecer por aqui, seja muito bem vinda!

É, realmente pode ter solução sim, basta a gente querer e lutar para melhorar, não é? A questão é saber se realmente vamos querer encarar a briga, se vai valer a pena....enfim....

Abraços, volte sempre!

Ana Paula disse...

Tem muita gente sim querendo encarar Victor!
Acho que o maior problema é que eles não dão audiência na mídia.
Pelo menos aqui no "éter virtual" tenho lido e encontrado muita gente bacana, fazendo a diferença.
Seu blog é um deles. Parabéns!

Victor Rosa disse...

É verdade. Não pode deixar que os omissos nos contaminem, não é? Vou visitar seu blog para ver... valeu!