Algumas considerações iniciais

Tentarei manter uma regularidade nas postagens, mas não combinarei prazos. Por ser uma das válvulas de escapes utilizadas por mim, deixarei que este blog seja alimentado de acordo com a inspiração, e não com o calendário.

Gosto dos comentários. Não são, para mim, apenas um sinal de popularidade, como a maioria dos blogs que vejo. Eles têm um significado maior, que é o de saber como as pessoas que aqui estão pensam sobre os assuntos que comento. Portanto, fique à vontade para escrever. Na medida do possível, responderei a cada um deles.

domingo, 18 de outubro de 2009

Dizendo adeus

Palavra forte, essa adeus, não é mesmo? Traz uma ideia bruta, um peso maior do que parece ser possível carregar. Em um primeiro momento, talvez seja essa a impressão inicial que se tem, mas com o passar do tempo, é possível ver que somos capazes de suportar qualquer peso que for, apesar de não termos essa consciência inicial, visto que sair da zona de conforto, para testar novas possibilidades, não é habitual para ninguém.

Ninguém gosta de perder, ninguém quer ficar por baixo. Acontece que isso é necessário para que se abra um leque de novas possibilidades. É muito cômodo ficar numa situação que, embora pareça confortável, só se desgasta a cada dia que passa. Sair dessa situação não é enganar ninguém, ainda que o outro lado refute em aceitar. As mudanças são imprescindíveis, muda-se o jeito, muda-se a pessoa, muda-se o local, tudo em busca de algo que satisfaça as necessidades de um determinado momento.

Quando mudamos, somos vistos como traidores, como escrotos (desculpem esse tipo de expressão, mas é literalmente o que já ouvi em determinando momento de minha vida), traíras, idiotas, enfim, palavras que denotam a insatisfação daqueles que são diretamente atingidos por nossas ações. Talvez elas estejam com alguma razão, mas é improvável pensar numa vida vivida em função do desejo alheio. Cada vida é única e deve ser vivida de acordo com a vontade de seu respectivo dono (obviamente respeitando alguns limites, principalmente aqueles que atingem a esfera alheia).

Mudar não significa necessariamente girar 180º. Pode-se mudar algum detalhe e essa pequena alteração, por menor que seja, traz paz e conforto para quem mudou. Quem está do outro lado, ou seja, quem tem que suportar essa mudança, precisa enxergar o bem que isso pode fazer para o outro. Sacrificar significa renunciar voluntariamente, dedicar com ardor. Vez em outra esse tipo de sacrifício pode ser crucial para que o entendimento volte a reinar entre as pessoas.

Pensamos sempre que conhecemos o outro lado. Quanta inocência, quanta ingenuidade! Sabemos muito pouco de qualquer outra pessoa, por mais próximos que sejamos dela. Conhecer o íntimo, os desejos, intenções, anseios, é muito mais difícil do que se imagina. Pense em você mesmo, caro amigo: você revela tudo o que se passa em seu interior? Deixa as pessoas conhecerem seus sentimentos mais profundos? Penso que a resposta só pode ser negativa. Revelar tudo nos torna vulneráveis, temos receio disso, medo de ficarmos expostos demais ante as pessoas.

Essa falta de conhecimento alheio leva às brigas, aos desentendimentos, causa confusão, visto que imaginamos uma coisa que não corresponde à realidade. Ficamos frustrados por não dominar os sentimentos da outra pessoa, mas é preciso saber que isso é tarefa impossível. Não vale a pena se prender a isso. Relaxe, viva o que der, o quanto der, com a maior intensidade possível. Se vai dar certo, se vai durar? Não sei. Apenas penso que não há outro caminho menos espinhoso para irmos preenchendo nossas vidas com momentos importantes, agradáveis e que ficarão guardados conosco enquanto vivermos.
.
É isso.

6 comentários:

Maria Marçal disse...

Tempos atraz eu achava impossível pensar assim, Victor, principalmente no período conturbado que foi me desapegar a um casamento que havia terminado e eu não me dava conta.

Fiz essa trajetória que fala o texto: “peguei leve”, me desarmei, sacudi a poeira e fui até agraciada com um Livro contando minha história de superação.

Aprendi a criar novos caminhos, fui sendo menos impositiva comigo mesma e cá estou em busca da felicidade presente e não futura.
Adorei esta matéria. A gente consegue. Hoje sou mais equilibradamente feliz e minha filha, também.

Aproveito este espaço para te desejar feliz aniversário que é nessa semana que vem. Estarei viajando daqui a pouco e não utilizarei o computador com frequência.

Gosto demais de ti, de tua postura íntegra, de tua inteligência e maneira afável de nos tratar.

Sigas assim. Só frutos no teu caminho.

beijos, Maria Marçal – Porto Alegre – RS

Victor Rosa disse...

Olá Maria!
Fico muito feliz que seus caminhos estejam mais em paz nos dias de hoje. Espero que continue assim e que melhore a cada dia que passa.
Muito obrigado por escrever aqui. Espero que volte sempre, fique a vontade para comentar, debater, desabafar. Querendo ou não, as vezes a gente consegue expressar melhor escrevendo, mesmo que seja para pessoas que a gente não conhece.
Só não entendi bem a parte do aniversário….hehehee… o meu ainda tá um pouquinho longe, só em outubro….
Beijos, fique bem!

Guilherme Freitas disse...

É verdade Victor, adeus é uma palavra forte e que muitas vezes evitamos de usar. Eu mesmo prefiro dizer e ouvir um até logo do que um adeus. Mas a vida é assim mesmo, é preciso as vezes mudar e trilhar novos rumos. Belo artigo. Abraços.

Chopp disse...

Matéria legal!! Abraços!!

simpleifyouwant disse...

ACHEI ESTE TEXTO NA NET, DE UMA PESSOA QUE ME CITOU. RESOLVI COLOCAR AQUI NOS COMENTÁRIO.
-------------------------------------
Oi!

Olhar essa foto hoje e ver a foto do post anterior é perceber que as vezes agente não pode segurar o que se quer com muita força, porque acabamos antecipando um dos momentos que mais tememos, o momento do ADEUS!

Adeus é uma palavra tão forte, que quando é dita parece que somos capazes de ver lágrimas saindo de dentro dos nossos corações. Claro que falo daquele aquele adeus dolorido, o adeus verdadeiro, o adeus que não é dito para ferir e sim para não ferir demais com o passar dos tempos, aquele adeus que se agente pudesse fazer alguma coisa para posterga-lo o fariamos com certeza!

As pessoas dizem adeus por muitos motivos, no blog da comunicação (http://www.blogdacomunicacao.com.br/dizendo-adeus/) , Victor Oliveira dá uma definição bem dura de Adeus, ele fala daquele adeus que é dado para sairmos da zona de conforto e irmos para a zona das novas oportunidades…também acredito que as vezes damos esse adeus para poder pensar na gente, nos conhecer, olhar para o próprio o umbigo e saber o que queremos, o que curtimos – nessa hora me pergunto o motivo pelo qual não nos conhecemos primeiro, descobrimos o que queremos e evitamos machucar tanto algumas pessoas. Damos adeus para muitas coisas…mas não importa o que seja, essa palavra…ai essa palavra…parece que vai rasgando tudo o que existe dentro da gente, e quando agente diz adeus para quem estimamos parece que vemos a dor no outro…é impressionante…dói, dói tanto que nos perguntamos muitas vezes o motivo pelo qual estamos fazendo isso…

Para mim o pior adeus que existe é aquele dito a pessoa amada, seja ela um parente nos seus últimos momentos de vida, seja o dito aquele amor que agente sabe e sente que viverá para sempre dentro da gente, como Arnaldo Jabor disse “aquele que agente não gastou até o fim”…Mas aí, é nesse momento que agente percebe que em tantas vezes o adeus não é para sempre e acredite se o sentimento que você sente por alguém, seja quem for essa pessoa, for real, o adeus será muito mais um até breve do que algo definitivo e doloroso…o adeus nesse caso só é dito para adiantar uma cura, ou um mal que se quer logo superado, é dito também para se aproveitar o tempo que se tem sem sofrer tanto, ou para diminuir um distância criada pela falta de alguma afinidade, por exemplo, ou até mesmo para evitar uma espera do ser amado…

Sabendo disso, e acreditando que somos nós que damos o tom e a cor para as palavras, quando ditas, é claro, com o coração…espero que saibamos dizer o adeus da forma certa e na hora certa. Sim, não importa a forma ou a hora ele irá doer demais, imensuravelmente…mas se soubermos dizer o adeus como ele deve ser dito, estaremos dizendo um até logo implícito…então simplifiquemos…respiremos fundo e sigamos no jogo da vida…onde diremos muito a palavra adeus para quem se ama, mas sempre sabendo que quando agente ama mesmo o adeus se trasformará num até logo.

Beijos

Ana disse...

amei a materia, sempre tive medo de mudanças, de dizer adeus a qualquer coisa na minha vida. Mais realmente chega um momento que temos de mudar , aceitar as perdas, e recomeçar tudo de novo,olhando sempre pro horizonte.