Da minha janela ouço adolescentes tocando violão e cantando na porta de um bar. Quando mais jovem, não era bem esse meu programa preferido, mas ainda assim me parece ser divertido. Se estou em casa hoje, é fruto de uma série de acontecimentos das últimas semanas, entre eles um tombo de moto e, fato que já acontece há bem mais tempo, a chamada restrição financeira para extravagâncias.
Estar em casa não era bem o que queria. Gosto de sair, conversar com amigos, ver pessoas diferentes. Mas no momento penso que isso não é o melhor para mim. Tenho outras prioridades, que deveriam ser cumpridas neste período de reclusão domiciliar, mas que são realizadas apenas em parte (estudar, por exemplo).
Estranho é a busca por uma felicidade que nunca vem de forma completa. Sei que ela não existe, que a nós vivemos momentos de felicidades. Isso é mais do que óbvio para mim. Mas há momentos em que as coisas parecem ter saído do eixo, que nada se encaixa. Dias desses fiz um pequeno teste de personalidade em um site e, segunda uma definição no resultado, às vezes entro em um momento que eles denominam “modo-catástrofe”, onde só vejo o lado ruim em todas as possibilidades.
Acredito que todas as pessoas são assim, variando apenas na escala de percepção desse sentimento. São fases da vida, complicadas, bem verdade, mas que passam, assim como passam também os momentos felizes que vivemos. Talvez fosse banal termos apenas bons momentos. Os ruins têm grande serventia, que é a da valorização dos bons, quando acontecem.
Mas o que é sentir o momento da felicidade? Cada pessoa sente de acordo com o que gosta, com o que considera essencial para sua vida. Algumas pessoas ficam felizes quando ganham dinheiro, outras pela vitória do time, outras pela vitória de outras pessoas. No momento, o que me satisfaz são vitórias pessoais, quando consigo alcançar coisas que desejo, através de meu esforço. Talvez por isso que esteja passando por uma fase um pouco ruim, já que, apesar de algumas aprovações em concursos, andei tendo resultados insatisfatórios. Como disse, acredito ser apenas uma fase que, ainda que existam outros fatores, tem grande parcela de culpa exclusivamente minha. Como mudar? Simples. Mudando. Mudando métodos, rotinas, hábitos, me esforçando mais, fazendo por onde. Já tive fases em que fui um lutador, que batalhei para conseguir o que eu queria. Agora me sinto mais fraco, talvez pela idade, talvez pela falta de motivação.
Sei que você, caro amigo, não tem nada com meus problemas. Talvez, e espero que sim, você esteja em um bom momento de sua vida. Mas este pequeno relato serve como um alerta, mostrando que sempre a gente vai ter que percorrer os baixos caminhos da alegria, sempre teremos que superar momentos ruins para que o sabor da vitória seja mais gostoso. Pode apostar que em breve estarei aqui falando sobre conquistas, sobre como minha vida mudou. É assim com todos, não temos muitas escolhas. Viva, tente aproveitar seus momentos e tirar lições de qualquer coisa que acontecer, para que você esteja mais preparado quando coisas não tão agradáveis surgirem.
É isso.